O mata-mosca
(mata-moscas)
(2020, 1’37”)
A mosca atrapada no mata-moscas. As perforaçons de arrastre da película confundem-se com (desaparecem em) os buratos do mata-moscas.
Surfaces – The Fly Swatter (flyswatter). The Fly trapped in the flyswatter. The film’s sprocket holes disappear into the holes of the flyswatter.
O monopólio da violência (revólver)
(2021, 3’39”)
Superfícies – O monopólio da violência (revólver)
IMAGEM: manifestaçom contra os juízos políticos em Compostela o 18 de outubro de 2020.
A 1→50 planos de 1 segundo (a 25fps=1250f)
(som direto sincrónico)
B 10→1 / 20→11 / 30→21 / 40→31 / 50→41 (sem som direto)
C 25→1 / 50→26 (sem som direto)
D 50→1 (sem som direto)
TOTAL: 200 segundos
/ = um segundo vermelho, tamém entre as diferentes secçons
SOM
A 37 segundos de som (discurso) seguido, superposto ao som direto sincrônico, após 13 segundos desde o início
B 10→1 / 20→11 / 30→21 / 40→31 / 50→41
(nova secçom de discurso)
C 25→1 / 50→26 (nova secçom de discurso)
D 50→1 (nova secçom de discurso)
A imagem consta unicamente de 50 planos de 1 segundo, repetidas nas diferentes ordens indicadas. O discurso nom se repete, mas segue a mesma distribuiçom/fragmentaçom da imagem.
Compostela 18-10-20
Nebra 11-09-21
Surfaces – Monopoly on Violence (revolver)
IMAGE: protest against political trials (Compostela, 18th October 2020)
A 1→50 1-second shots (at 25fps=1250f)
(direct sync sound)
B 10→1 / 20→11 / 30→21 / 40→31 / 50→41 (no direct sound)
C 25→1 / 50→26 (no direct sound)
D 50→1 (no direct sound)
TOTAL: 200 seconds
/ = 1 second of red, also between sections
SOUND
A 37 seconds of continuous speech, superimposed to sync sound, after 13 seconsd from the start
B 10→1 / 20→11 / 30→21 / 40→31 / 50→41
(new section of speech)
C 25→1 / 50→26 (new section of speech)
D 50→1 (new section of speech)
The image consists of 50 1-second shots, repeated in the orders indicated. The speech is not repeated, but follows the same distribution/fragmentation as the images.
2572021 (fachada)
(2021, 3′)
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Superfícies – 2572021 (fachada)
Esta película foi umha encomenda de NUMAX para o projeto “Videogramas: A propósito de Compostela”. Finalmente o Fundo Jacobeio 21, que subvencionava o projeto, vetou-na: umha delgada linha separa a subvençom da censura.
A cidade como espaço de reivindicaçom social e política. A política como atividade lúdica, a protesta como espetáculo, o espetáculo (rua, cinema, teatro) como açom política.
Estrutura numérica da película:
Dia 25 do 7º mês do ano 2021
25: fotogramas por segundo
7: sete capítulos, sete cores (duas vezes), sete dígitos do título
20: na banda direita: segundos de som nom sincrónico (espectador indignado); na banda esquerda: segundos de som nom sincrónico (berros de manifestantes).
21: duraçom em segundos dos planos fixos.
Cada capítulo: plano fixo de 21 segundos seguido de 7 planos de 14 (7×2) fotogramas emarcados por um fotograma com umha das cores do arco-íris (desglosse de: 4 segundos [21+4=25], ou seja, 100 fotogramas entre 7 = 14 fotogramas + dous, um ao princípio, outro ao final).
O derradeiro capítulo: 25 segundos sem coda.
2.572.021 foi o número de habitantes da Galiza nalgum momento do ano do meu nacimento, 1965.
Compostela 25-07-20
Nebra 11-09-21
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Surfaces – 2572021 (façade)
This film was commissioned by NUMAX for their project “Videograms: Apropos Compostela”. Eventually the Jacobeio 21 Fund, which funded the project, put a veto on my film: a thin line separates subsidies from censure.
The city as a space for social and political fights. Politics as a playful activity, the protest as spectacle, the spectacle (street, cinema, theatre) as political action.
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Arde Aral (leite)
(2024, 36′)
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Superfícies – Arde Aral (leite)
il’yas otan tange a guitarra — estades no interior da choupana que habitam il’yas e aibek │irmao pequeno condutor do velho lada que lastimosamente vos levou à represa de kok-aral |calor e montanhas de pó que entram polas janelas abertas para amansar a calor: inexistente pista areosa: percurso pola paisage| e ao lago qamystibas |no que deixar as capas de pó acumuladas no corpo|│ e o grupo de persoas │galym, zhynka, a mai de il’yas, um neno│ que entram e saem continuamente com escopetas e faisáns e coelhos que ajudas a esfolar — il’yas nom fala inglês, tu nom falas russo — levas três dias seqüestrado neste ger plantado no meio da estepe, imensa chaira de iguais características mires para onde mires — queres marchar e nom sabes nem em que direçom encetar a caminhada: chegastes tarde pola noite seguindo pistas inidentificáveis — breve mato serve de retrete, nom tés água para lavar-te, estás canso de passear os quentes exteriores: melhor regressar ao fresco interior, deitar-te nas alfombras e mirar, olhá-los, escoitá-los sem entender colóquios nem risos — quando te perguntam algo deixas patente o teu desconforto: cara longa, paciência esgotada: nom saber quando te levarám de volta a aralsk — oferecem-che umha mulher, isso si o entendes: a incomodidade medra — miras o teito: o feltro uniformemente furado = pontos de luz como estrelas — a noite é preta
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Surfaces – Aral Sear (milk)
il’yas otan plucks the guitar strings — you are inside the yurt that il’yas and aibek │younger brother, driver of the old lada that pitifully took you to the kok-aral dam |heat and mountains of dust entering through the windows opened to tame the heat: non-existent sandy track: journey through the landscape| and to lake qamystibas |where you leave the layers of dust accumulated on your body|│ inhabit and the group of people │galym, zhynka, il’yas’s mother, a child│ who come and go continuously with shotguns and pheasants and rabbits that you help skin — il’yas does not speak english, you do not speak russian — for three days you have been stranded in this yurt planted in the middle of the steppe, huge flatland with identical features wherever you look — you want to leave and don’t even know in which direction to start walking: you arrived late at night following unidentifiable tracks — brief bushes serve as a toilet, you have no water to wash yourself, you are tired of wandering around the hot exteriors: better to return to the cool inside, lie down on the carpets and watch, look at them, listen to them not understanding conversations nor laughters — when they ask you something you show your discomfort: long face, exhausted patience: not knowing when they will take you back to aralsk — they offer you a woman, that you do understand: the discomfort grows — you look at the ceiling: the uniformly perforated felt = points of light like stars — the night is black
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